BORDALO PINHEIRO:
do Século XIX ao XXI
BORDALO PINHEIRO: del Siglo XIX al XXI
p o r m a r i a i g n e z b a r b o s a
A minúscula Caldas da Rainha, cidade onde se
vive e respira cerâmica, já existia quando o Brasil
foi descoberto. Tendo percebido, em 1485, que
naquele pedacinho de Portugal havia nascentes
de boas águas, a Rainha Leonor, mulher de
D. João II ordenou que ali se construísse um
hospital. Pode-se dizer que foi esse o mais
velho hospital termal do mundo, ou melhor, o
primeiro dos mais agradáveis spas de que se
tem notícia. Não longe de praias e da cidade
de Óbidos, era frequentado por Reis, Rainhas,
Príncipes e Princesas em busca de saúde e bem
estar e teve seu apogeu no século XIX. Pois foi
justamente no Distrito de Leiria, em 1884, que,
por dois contos de réis, Rafael Bordalo Pinheiro
adquiriu um terreno de duas nascentes e dois
barreiros, ideal portanto para a fabricação de
telhas, tijolos e – sua maior paixão – a louça
artística, ornamental e de revestimento.
Resolveu que ali, numa olaria modelo que
construiu e denominou Fábrica de Faianças
das Caldas da Rainha, jovens interessados se
tornariam escultores, louceiros formistas e
pintores vidreiros especializados em prensas de
estampagem. Na verdade era um humorista.
Divertia-se criando trabalhos figurativos e
sátiros que retratavam não só animais das
mais variadas espécies, frutas e vegetais,
mas também personagens característicos da
sociedade de então. Exigente, enquanto vivo,
não cessou de aprimorar a técnica e de insistir
no aperfeiçoamento de formas que, apesar da
necessidade de recuperação ao longo dos anos,
até hoje estão em uso. O Art Nouveau, apesar
da preocupação de Bordalo em não se deixar
influenciar por uma estética alheia à portuguesa,
ali encontrou terreno fértil e as peças assinadas
por Bordalo eram apreciadas nas muitas
exposições internacionais realizadas naquele
fim e começo de século, como a de Paris em
1889. Porém, como tudo da vida e, como para
esse Mestre oleiro valia mais o aspecto artístico
do que o econômico, a fábrica não escapou de
vicissitudes e teve de ser vendida 1907, dois anos
depois de sua morte.
La minúscula Caldas da Rainha, ciudad donde se vive y
se respira cerámica, ya existía cuando los portugueses
llegaron a Brasil. Habiéndose dado cuenta, en 1485,
de que en aquel pedacito de Portugal había nescientes
de buenas aguas, Reina Leonor, esposa de D. Juan II,
ordenó que se construyera allí un hospital. Se puede
decir que fue ese el hospital termal más antiguo del
mundo, o mejor, el primero de los más agradables spas
de que se tiene noticia. No lejos de las playas y de la
ciudad de Óbidos, se lo frecuentaban Reyes, Reinas,
Príncipes y Princesas que buscaban salud y bienestar
y tuvo su apogeo en el siglo XIX. Pues fue justo en el
Distrito de Leiria, en 1884, que, por dos contos de reis,
Rafael Bordalo Pinheiro adquirió un terreno de dos
nescientes y dos barreras, ideal, por lo tanto, para la
fabricación de tejas, ladrillos y – su gran pasión – la
vajilla artística, ornamental y de revestimiento. Decidió
que allí, en una alfarería modelo que construyó y el dio
el nombre de Fábrica de Fayenza de Caldas da Rainha,
jóvenes interesados se convertirían en escultores,
alfareros de moldes y pintores especializados en
prensas de estampado. En realidad, era un humorista.
Se divertía creando trabajos figurativos y sátiros que
retrataban no sólo a animales de las más variadas
especies, frutas y vegetales, sino también a personajes
característicos de la sociedad de la época. Exigente
cuando vivo, no ha dejado de desarrollar la técnica y de
insistir en el perfeccionamiento de formas que, a pesar
de la necesidad de recuperación a lo largo de los años,
hasta hoy están en uso. El Art Nouveau, más allá de la
preocupación de Bordalo en no se dejar influenciar por
una estética ajena a la portuguesa, allí encontró terreno
fértil y se apreciaron las piezas firmadas por Bordalo en
las muchas exposiciones internacionales realizadas en
aquel fin y comienzo de siglo, como la de París en 1889.
Sin embargo, como todo de la vida y, como para este
Maestro alfarero valía más el aspecto artístico que el
económico, la fábrica no se escapó de las vicisitudes y se
la debió vender en 1907, dos años después de su muerte.
Vista exterior da
Fábrica de Faianças
das Caldas da
Rainha (Portugal)
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De Estilo e Olhar /
De Estilo y Mirada
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