Revista Hall 50ª Edição - maio de 2017 - page 14

Com protótipos que chegam a custar 500 mil
euros (entre estudos de novas tecnologias e
matérias-primas), a máquina mundial prefere
apostar em formas já consagradas, com
tiro certeiro no consumo, o que movimenta
“tendências” em pseudo-evoluções mais
baratas. Velhas linhas são revisitadas em
novas cores e acabamentos, por exemplo,
gerando um ciclo vicioso que se traduz
em muitos produtos com cara de “mais do
mesmo” e poucas novidades tangíveis em
si. E, nesta métrica, replicar se transformou
num dos verbos mais conjugados do setor.
Não é de hoje. Numa explicação simplista,
as cifras têm sido bastante movimentadas
pela reprodução quase irresponsável de
clássicos como a legendária mesa Saarinen
Tulip (projeto do designer escandinavo Eero
Saarinen, de 1957 e moderna para sempre),
ou as cadeiras Bertoia (de Harry Bertoia,
produzidas pela primeira vez em 1952).
Tecnicamente, toda peça de mobília assinada
por designers que morreram há mais de
50 ou 70 anos (dependendo do país) cai
em domínio público, o que não torna sua
reprodução necessariamente um crime. Mas,
algumas empresas usam matéria-prima tão
ordinária e descaracterizam tanto as medidas
originais que chegam a escandalizar a cartilha
básica do bom design com proporções fora
de escala, ergonomia zero e formas com
pouca (ou nenhuma) função, engrossando
o coro de que o barato pode custar caro.
Até gabaritos eternizados pela história estão
ao alcance de um clique nesses tempos de
globalização. Em uma navegada rápida pelo
Google, por exemplo, é possível encontrar
tutoriais de marcenaria que ensinam a fazer
a sua própria cadeira Red and Blue (clássico
de 1917 cunhado por Gerrit Rietveld) em casa.
Con prototipos que llegan a costar 500 mil
euros (entre estudios de nuevas tecnologías
y materias primas), la máquina mundial
prefiere apostar en formas ya consagradas,
con tiro exacto en el consumo, lo que
mueve “tendencias” en seudoevoluciones
más baratas. Viejas líneas son revisitadas
en nuevos colores y acabados, por ejemplo,
generando un ciclo vicioso que se traduce
en muchos productos con cara de “más de
lo mismo” y pocas novedades tangibles en sí.
Y, en esta métrica, replicar se transformó en
uno de los verbos más conjugados del sector.
No es de hoy. En una explicación simplista,
las cifras son bastante trabajadas por la
reproducción casi irresponsable de clásicos
como la legendaria mesa Saarinen Tulip
(proyecto del designer escandinavo Eero
Saarinen, de 1957 y moderna para siempre), o
las sillas Bertoia (de Harry Bertoia, producidas
por primera vez en 1952). Técnicamente, toda
pieza de mobiliario firmada por designers
que murieron hace más de 50 o 70 años
(dependiendo del país) cae en dominio
público, lo que no vuelve su reproducción
necesariamente un crimen. Pero, algunas
empresas usan materia prima tan ordinaria y
descaracterizan tanto las medidas originales
que llegan a escandalizar la cartilla básica
del buen design con proporciones fuera de
escala, ergonomía cero y formas con poca
(o ninguna) función, engrosando el coro de
que lo barato puede costar caro. Incluso
modelos eternizados por la historia están
al alcance de un clic en esos tiempos de
globalización. En una navegada rápida por
Google, por ejemplo, es posible encontrar
tutoriales de carpintería que enseñan a
hacer su propia silla Red and Blue (clásico
de 1917 cuñado por Gerrit Rietveld) en casa.
PUNTO MOBILE
OP AZUL
ESTUDIO NINHO
14
1...,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13 15,16,17,18,19,20,21,22,23,24,...100
Powered by FlippingBook