Revista Hall 45ª Edição - fevereiro de 2016 - page 54

Nas obras do ateliê, por exemplo, a produção
é feita 95% com o resíduo florestal da
madeira do Pequi-Vinagreiro que, além de
características como excelente resistência,
segundo França ela tem valor histórico.
“Normalmente resgato esta matéria-prima
de áreas que já passaram por inúmeras
queimadas, e o valor mais importante desta
madeira, é o valor arqueológico. Ela chegava
a uma idade adulta com 200 anos e vivia
em média 1200. São raras as árvores no
planeta que têm essa longevidade. Então,
eu costumo dizer que este é um valor
arqueológico muito grande, pois a madeira
mais nova que utilizo são de árvores que
nasceram há mais de 500 anos.”, explica.
Hoje suas peças de ateliê variam no mercado
nacional de 500 reais a 250 mil reais.
Já os mobiliários urbanos, Hugo explica que
são produzidos com quaisquer resíduos
lenhosos encontrados nas cidades. Ou seja,
podem ser provenientes de todas as espécies
de árvores, desde que estejam caídas, mortas
ou condenadas. “Aqui temos duas questões
importantíssimas. Primeiro que a árvore, a
madeira, é uma matéria-prima nobre, e o
resíduo lenhoso urbano no Brasil e em todo
mundo vai para o lixo, e isso é um crime
ambiental bastante significativo. Isso porque
além de ocupar espaço nos lixões, de jogar
fora uma matéria-prima nobre, 50% da
madeira resulta em CO2. Quando a gente deixa
essa madeira se decompor naturalmente,
ou se a queimarmos, estamos simplesmente
jogando para a natureza todo o CO2 que a
árvore recolheu e transformou em material
lenhoso em toda a sua vida. E isso é uma
ação completamente sem sentido em permitir,
desperdiçando esse material, jogando fora”.
E das peças de mobiliário urbano que
Hugo e sua equipe já produzem e que,
muitas vezes, são feitas in loco, podem
ser vistas, por exemplo, nos Parques do
Ibirapuera e Burle Marx, em São Paulo, e no
Centro de Arte Contemporânea Inhotim.
BANCO INHOTIM
BANCO YESHI
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